terça-feira, 10 de novembro de 2009

A MÍDIA E O VESTIDO VERMELHO CURTINHO - AONDE ESSA DISCUSSÃO NOS LEVARÁ?

Podem dizer que é falta do que fazer. Mas, já que todos estão comentando este que é o assunto do momento, porque deveria eu ficar de fora? Como vocês sabem, recentemente, na UNIBAN - Universidade Bandeirante - de São Paulo, uma aluna, que prefiro nem citar o nome para não lhe dar mais publicidade, foi agredida tanto verbalmente quanto fisicamente dentro de seu ambiente de estudo. Isto causou um tremendo rebuliço por conta de tal hostilidade ter sido filmada e posteriormente publicada na internet. Em decorrência dessa publicidade informal, a notícia espalhou-se como uma praga, ganhando espaço na mídia internacional com tanta voluptuosidade que chegou até aqui no CLÉRIGO ONLINE!
Todavia, esclarecimentos devem ser feitos. Um deles é que violência na escola acontece desde a alfabetização. No Ensino Médio, no Ensino Fundamental e até mesmo no Superior. Seja através dos trotes, seja através das ameaças, todos os alunos, tanto da rede pública quanto da rede privada já foram submetidos a situações no mínimo constrangedoras, ora ocasionadas pelos companheiros estudantes, ora ocasionadas pelos próprios superiores. E nenhum deles virou notícia, salvo em caso de óbito.
E também não é novidade os trajes que se costumam usar em escolas onde o uniforme não é adotado. E até mesmo há uniformes com um certo ar de erotismo, que não sabemos se são oriundos das escolas ou dos sex-shops. Mas, a roupa da agredida não era peculiaridade dela. Estou certo de que o vestido que a aluna trajava fora comprado em uma loja, e não feito sob encomenda. Ela não foi a primeira e nem será a última a vestir-se desta maneira. Inclusive, a tendência é que os panos sejam cada vez mais escassos nas vestes, sobretudo nas femininas. Coisas de um país tropical.
Dizem que a aluna que sofreu a agressão tinha uma atitude inadequada para o ambiente. No caso, uma atitude insinuosa, ao ponto de arregaçar ainda mais o curto vestido a fim de "provocar" os colegas. Nem nesta ação, leviana, por sinal, há alguma novidade. Não são poucos os casos em que alunas chegam até mesmo a "seduzir" seus próprios professores. Há alunas que se submetem a vários tipos de situação para que suas mensalidades escolares sejam pagas. E a erotização é um destes recursos, num mundo onde cada um vence como pode.
Finalmente, não há nada de anormal a Universidade expulsar uma integrante de seu corpo discente e suspender outros. Todo dia isso ocorre. É um direito da instituição de ensino selecionar seus alunos da maneira que bem lhe convier. E aplicar as sanções que julgar adequadas. Como também o é o direito de revogar a decisão, como fez a UNIBAN que, pressionada pela mídia, recuou em sua decisão de expulsar a aluna em questão. A universidade chegou a ser alcunhada de "UNI TALEBAN".
Como estamos vendo, esta notícia é o caso clássico de "mais do mesmo". Não dá para entender a razão desta notícia ter ganho tanto espaço em todos os tipos de mídia, causando tanto debate. Para uns, a aluna é vítima de agressão. Outros pensam que ela a provocou. Uns defendem a Universidade, enquanto outros a condenam. Há quem justifique as ações dos demais alunos como manifestação de revolta; outros repudiam como ação violenta injustificada.
A meu ver, ou esta situação específica não deveria se tornar notícia, ou deveriam ser noticiados todos os casos, até nos mais distantes rincões do Brasil e do mundo em que coisas parecidas acontecem. Do contrário, fica a impressão de que há outros motivos para que esta notícia seja veiculada com tanto entusiasmo por parte dos meios de comunicação.
Mudemos o cenário e as personagens para fazermos comparações. Se em vez de uma faculdade em São Paulo, fosse uma escolinha de Ensino Médio no interior do Pará; se em vez de uma universitária loira e bem produzida trajando um microvestido vermelho, fosse uma jovem mestiça analfabeta funcional tentando fazer supletivo com uniforme roto e encardido; se em vez de xingamentos e hostilidades da parte dos demais alunos houvesse um estupro coletivo, haveria a mesma repercussão que este caso vem tendo? Visitaria a mesticinha estuprada todos os programas de TV? Receberia propostas para cursar gratuitamente duas faculdades particulares? Receberia todas as pompas de uma grande heroína libertária dos direitos das mulheres? Seria entrevistada pelo Fantástico?
Penso que estão mudando o foco do debate. E a mídia está muito mais preocupada em promover a aluna como um estandarte do feminismo, do que realmente fazer algo que a auxilie positivamente. Podem crer que ela não usa tais roupas como forma de expressão política, mas sim como mero exibicionismo de partes de seu corpo. É um direito que lhe assiste, mas a mídia está maquiando a verdade, como se a garota representasse a "resistência feminina frente ao preconceito e tirania de uma sociedade moralmente hipócrita". Façam-me o favor! Muitas mulheres estão, a duras penas, conquistando seu espaço social com méritos e são totalmente ignoradas pelo grande público. Professoras, astronautas, biólogas, juízas, donas de casa e outras tantas cujos esforços titânicos por uma sociedade mais justa não serão reconhecidos e terão o nome fadado ao esquecimento. Enquanto isso, a jovem loira, vítima sim de uma violência revoltante, ganha todos os espaços disponíveis unicamente pelo mérito de ter ousado trajar-se "como bem queria". O mais grave disso tudo é que sobre os agressores, ninguém sabe nada. Seus nomes, suas razões, suas punições, suas defesas...
Na verdade, tudo gira em torno da loira e da "injustiça que a faculdade opressora" lhe impôs. A discussão perdeu o foco. O que era para ser caso de polícia, virou caso de política, com chance para todos aparecerem: o MEC, a UNIBAN, a GLOBO, a PLAYBOY, os REALITY SHOWS. Mas, tudo girando em torno da vítima, cujo bem estar fica em segundo plano. É como se pensassem que agora que a tragédia já foi feita, o lance é transformar a loira do microvestido vermelho em mais uma "artista instantânea" e todos saem ganhando. E viva a GLOBalização!
O que seria uma grande oportunidade para um amplo debate acerca das instituições de ensino, acerca das leis e das punições, dos trajes estudantis, das reações violentas inerentes ao ser humano, da nocividade ou não da divulgação de qualquer conteúdo via internet, da ética social que deveria permear o ambiente universitário, do limite entre meu direito de vestir-me como quero e da adequação ao local em que frequento e outros pontos de igual relevância, tornou-se um grande espetáculo televisivo, com direito a heróis e vilões. Compete a nós determinarmos o nível da audiência desta nociva trama, já que o nível moral dos produtores anda abaixo de zero.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

SHOW DO PG EM SÃO GONÇALO

O show estava marcado para as 19:00hs. Começou às 22:00hs. A razão? Ninguém sabe. A culpa não foi do cantor, que estava presente na casa desde cedo. E também não foram dos músicos, pois estavam todos a postos no horário correto. Seria do pessoal de apoio? Talvez... mas também estavam eles presentes e atuantes no horário programado.

O mais grave foi a decisão que a organização do evento tomou. Ao ver a impaciência da platéia, que começou a pedir o inicio do show – e isso era lá para às 21:00hs – apareceu um “DJ” para amenizar a situação e teve a infeliz idéia de lançar “pancadões” gospel enquanto o show não começava. De tempos em tempos, quando os ânimos se exaltavam um pouco mais, dizia ele que o PG estava chegando... que o PG já estava na casa... que o PG iria se apresentar daqui a pouquinho e etc. Uma falta de respeito, pois todos já tinham visto PG circulando pela casa, bem como pelos seus arredores. A questão do atraso do início do show em nada tinha a ver com a ausência ou atraso do cantor.

Simpático, lá foi o cantor começar seu show com três horas de atraso. Também não deu nenhuma explicação. Oração? Não fazia parte do roteiro do show. Pelo menos, não no inicio, visto que não fiquei até o fim. Bíblia? Livro totalmente fora do contexto da noite. Reflexão? Não, mas pelo menos havia refletores!

Foi um belo show. A casa cheia. Jovens com muita energia. Som e iluminação perfeitas. E uma banda extremamente carismática acompanhando um cantor que entoou mais de 10 músicas ao vivo, sem nenhum auxílio vocal que não sua própria voz e a da platéia. PG é muito simpático, atencioso e tem excelente presença de palco. Corajoso, usa uma linguagem não muito bem quista nos círculos mais tradicionais do meio evangélico, mas, atinge o coração e a mente de um público cujos métodos mais ortodoxos jamais alcançariam. Ele é a prova de que ser cristão e ser careta não são sinônimos.

Todavia, não sei e nem quero saber se é com boa intenção que ele assim procede. Não sei se é para atrair jovens ao evangelho ou adaptar o evangelho a uma classe de jovens que jamais seriam – e continuam não sendo – cristãos, e assim, lucrar financeiramente com esse suposto fã clube.

O que eu sei é que um “show” evangélico, deveria ter oração, testemunho e pregação. PG tem uma história de conversão muito linda e lá havia jovens fornicários, viciados, profanos, solitários, carentes... enfim, havia um grupo de pessoas necessitadas de um encontro com o Senhor. E nada obtiveram além de um belo show de rock gospel. Como profissional, PG foi quase perfeito. Como cristão, acho que deixou a desejar ao desperdiçar esta grande oportunidade. Visto ser ele um dos cantores mais influentes do meio cristão evangélico, porque não usar esta oportunidade para levar os jovens a um aprofundamento espiritual mais intenso?

Sonho com um dia em que o público evangélico irá aos shows de seus ministros de louvor (não cantores) munido de Bíblia e com um espírito voluntário para ouvir Deus falar. Se continuarmos indo a tais shows dos cantores gospel com a única disposição de balançar o esqueleto, paquerar, encontrar os amigos e nos divertir, qual será a diferença entre nós e os pagãos? Podemos argumentar que não há bebidas alcoólicas, drogas, cigarros e violência nos encontros evangélicos. Mas, não podemos apenas fazer a diferença pelo que não fazemos, e sim pelo que fazemos positivamente. Nesse ponto, a organização do show de PG, como a de todos os outros, ficou devendo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

UM DIABO NECESSÁRIO

Todos já assistiram a um desenho do Pica-Pau. E, indubitavelmente, a cena mais polêmica, dentre tantos episódios encontra-se no filmete chamado "O Rachador".

Tal episódi0, um dos primeiros lançados no ano de 1941, passa-se numa época de racionamento de combustível. Ao deparar-se com a placa de aviso com os dizeres "Racionamento de combustível. Esta viagem é mesmo necessária?", Pica-Pau responde: "Claro que é. Eu sou um diabo necessário". Esta frase é dita com o personagem voltado para o telespectador e com o rosto transfigurado (foto ao lado).

Aparentemente, não há razão alguma para que esta cena tenha existido. Não contêm piada alguma, tampouco é importante para o enredo da narrativa. Náo é um diálogo, nem possui teor explicativo. Parece uma cena inserida à parte da história. Ora, se ela não atende aos interesses da narrativa em questão, a que interesses ela atende, então?

Não expressarei opinião alguma - embora pareça óbvia - para não correr o risco de influenciar alguém ou ser taxado de algo que não sou. Porém, eis aberto o espaço para todos expressarem sua opinião, desde que com algum embasamento e sem preconceito algum.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

TEORIA DA EVOLUÇÃO


Infelizmente, por falta de tempo hábil, não tenho conseguido transformar este blog naquilo que eu gostaria que ele fosse: um espaço de pesquisas, uma sala de debates. Na verdade, ele está limitado a ser um espaço de opinião, o que não contribui tanto para a vida cristã como eu almejo. Porém, jamais poderia deixar de aproveitar a ocasião para dissertar acerca da teoria da evolução. Devido à escassez de documentação e tempo hábil para reúni-las, a princípio emitirei apenas a minha opinião - e tão somente isto.


A meu juízo, os evolucionistas dividem-se em dois grandes grupos: os da academia científica, que esforçam-se para embasar os argumentos da Teoria da Evolução por intermédio de pesquisas e estudos a fim de comprova-la cientificamente; e os evolucionistas leigos, que pouco ou nada conhecem da teoria em questão, mas recorrem a ela para defender seus comportamentos ateístas.


Os do primeiro grupo não merecem contestação por parte da Igreja. Eles estão fazendo a parte deles: pesquisando, criticando e argumentando. A teoria da evolução merece ser estudada e debatida. Ela tem seus méritos. Não nasceu de algum lampejo de um louco varrido. Foi fruto, e ainda o é, de muito empenho e dedicação por parte dos pesquisadores que se propuseram a teoriza-la. É lamentável o desdém com que muitos cristãos lidam com este tema, chegando ao ponto de ridicularizar os cientistas e escarnecer de Charles Darwin, até mesmo inventando uma suposta conversão ao cristianismo em seu leito de morte. Outros atribuem esta teoria a uma conspiração satânica para afrontar o nosso Deus.



Os esforços humanos de pesquisa e observação para fundamentar o evolucionismo devem ser exaltados. Porém, de homens imperfeitos só podemos esperar obras imperfeitas, como é esta teoria da evolução. Ela deixa muitas indagações em aberto, como por exemplo: de onde veio o ser unicelular que deu origem a tão grande variedade de espécies como vemos atualmente? Como pode um ser inferior originar seres superiores? Qual o propósito da vida, visto que toda a criação é obra do acaso? E outras perguntas ainda mais cabulosas se levantam quando partimos do pressuposto de que toda a criação tal como a vemos surgiu do nada feito por ninguém.


O segundo grupo, a saber, os evolucionistas leigos, por sua vez, abraçam esta teoria mais por conveniência do que por convicção. Ou seja, afirmam eles que esta teoria exclui a necessidade de um Criador, logo, a fé, a religião e a teologia são totalmente despropositais, uma vez que estão voltadas a algo, ou alguém, que não existe. Em suma, defendem o evolucionismo por entender que ele explica "racionalmente" a origem do universo, em especial da raça humana, ao contrário dos "loucos religiosos", cujas doutrinas são "questões de fé", portanto, não são - e não precisam ser - coerentes à luz da razão.


Creio ser um perigo a crença nesta teoria. Se somos originários da mesma espécie, temos todos um "tronco comum", e, indiretamente, somos uma espécie única, em diferente estágios de evolução. Portanto, qual a imoralidade que comete a mulher que tem relações sexuais com um chimpanzé? Ela apenas está satisfazendo os desejos de sua libido com um ser de outro grau de evolução, mas que de alguma forma é da mesma espécie que a sua. Se nossa vida é obra do acaso, logo, a morte é apenas o inevitável fim de um ciclo biológico natural; portanto, que crime comete o suicida ou o homicida, se ele apenas antecipou o processo? E porque tentar prolongar a vida de um ser humano na Terra, com tratamentos medicinais e coisas desse tipo, se estamos todos fadados a morrer e termos a memória esquecida para sempre?


Nunca me esqueço de uma frase dita por uma menina de 13 anos que havia assassinado sua colega de escola no documentário "Pro dia nascer feliz":

-"Eu matei mesmo, sou de menor e não vou ser presa. E acho que não fiz nada de errado, porque ela ia morrer mesmo, eu só adiantei a hora dela".


Creio que pensamentos como este elucidam bem o perigo de acreditar numa vida cuja origem é o acaso e cujo destino final é a cova. E é exatamente isso que pensa grande parte dos leigos evolucionistas, que usam mais a teoria para atacar as religiões do que para um amplo e produtivo debate científico. O mais triste é que o "evolucionismo" que é ensinado nas escolas pertence ao segundo grupo, e não ao primeiro. E mais grave ainda é que o "criacionismo", teoria tão científica quanto a da evolução, é tratado como área religiosa e não científica, logo, desprovido de credibilidade acadêmica.


A solução mais eficaz seria a união das Igrejas Cristãs para a abertura de instituições de ensino, onde não apenas os valores cristãos pudessem ser cultivados e preservados, mas também orientássemos os nossos jovens a responderem com argumentações científicas a razão da nossa fé. Sem informação, não dá para ter opinião. Não poderemos nos queixar se muitos crentes calarem-se mediante aos argumentos contrários ao criacionismo, se não os calçarmos de informações racionais e científicas que demonstrem que nossa fé está correta. E tais argumentos existem em abundância, embora não sejam tema de pregação nos púlpitos.




segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O CONTROVERTIDO PASTOR QUEIROZ


Pastor Queiroz costuma dizer que ele é único em sua classe. Não se enganem, não é jactância de sua parte esta assertiva. Ele, realmente, é dono de uma impressionante originalidade. Em nada ele se assemelha aos pastores da mídia que temos ouvido em rádios e vistos em televisão. E, quando digo “nada”, refiro-me às aspirações, ideologias e métodos. Na verdade, enquanto os pastores contemporâneos incitam seus fiéis ao acúmulo de bens materiais e a conquistas pessoais, Pastor Queiroz sempre enfatiza o problema do pecado e orienta seus liderados a fugirem deste mal e a consagrarem-se a Deus de todo o coração. Esta é a tônica de sua mensagem. Ele também ressalta o serviço cristão como evidência da regeneração do crente. E é justamente aí onde reside minha admiração pessoal por este que também é meu pai biológico, além de guia espiritual.

Ao longo de sua vida paterna, Pastor Queiroz soube valorizar o poder do serviço. Esta foi sua liderança para com sua família. Serviu a meu irmão e a mim, procurando dar-nos uma formação moral e teórica acima da média àquela época. Financiou cursos técnicos, cursos de idioma, investiu em nosso material escolar, jogou videogame conosco, levou-nos para jogar futebol, ganhou-nos no jogo de dominó, patrocinou material de estudo bíblico para nós, entre outras façanhas. E também serviu à sua esposa, investindo em sua carreira ministerial através de seu financiamento do CD “Obrigado, Senhor”, bem como levando-a aos locais onde ela teria de ministrar.

A ousadia também é marca deste servo do Senhor e isto é fator gerador de muita polêmica para aqueles que pouco lhe conhecem. Por ser uma fonte inesgotável de pensamentos laborais, Pastor Queiroz exige esta postura de todos que o cercam. E, às vezes, ele não é muito ortodoxo nesta posição, o que provoca ruídos na comunicação, fazendo com que poucos compreendam o cerne de sua mensagem. Na verdade, ele esforça-se para ter um vocabulário rico e abrangente, e creio eu, que não o faz por vanglória, e sim para ampliar seus recursos lingüísticos a fim de ser melhor compreendido.
Todavia, tal esforço nem sempre é recompensado, porque Pastor Queiroz não é muito dado à “gentilezas”. Ao contrário. Nem mesmo em família ele é do tipo "clássico carinhoso". Nunca foi. Sua forma de carinho é o trabalho. Segundo suas próprias palavras, “ele não tem medo de magoar ninguém”.

Entretanto, podemos nos queixar de sua rudeza no tratamento, mas nunca de negligência no trabalho. Pastor Queiroz não é um pastor clássico. É um pastor de trabalhos braçais, de palavras exortativas. De esforços titânicos para conseguir um objetivo que ele julga importante. Adora um debate, e quase sempre os vence. Aceita conselhos e repreensões, desde que esteja de bom humor, o que não é muito comum. Tem um senso de justiça aguçado, ainda que não muito coerente, o que é ilustrado em uma de suas sentenças: “os meus não tem defeito; os outros, se não tiver, eu ponho”.

Enfim, Pastor Queiroz tem um forte senso de temor ao Senhor. Queixa-se da falta de recursos financeiros para tocar as obras que ele gostaria, não por vaidade inglória, mas por um alto grau de comprometimento social. Transformou sua casa em um abrigo para algumas pessoas, costuma fazer compras e ajudar os necessitados. Isto, não porque almeja algum cargo público, pelo contrário. Mas, porque entende que esta é uma exigência do Evangelho transformador, o qual ele prega por ter vivido esta experiência de transformação.

Apesar de sua personalidade forte e temperamento indócil, é um orgulho tê-lo como pai. É um orgulho tê-lo como pastor. Seu amor para com as almas é tão grande, que ele não se importa de desgastar sua própria imagem a fim de alerta-las, com muita veemência, dos riscos que o pecado traz à saúde espiritual do crente. Ele não se preocupa muito com sua reputação. Mas, se preocupa muito em fazer o melhor para agradar ao Senhor, ainda, que de sua maneira toda especial e peculiar.
A maior parte dos filhos dos pastores, bem como de suas esposas, não segue ou não apoia o ministério de seu líder. Já o pastor Queiroz faz a obra do Senhor ao lado de sua esposa e com auxílio de seus dois filhos, o que comprova sua autenticidade como homem de Deus, visto que quem não cuida de sua casa, não pode cuidar das coisas de Deus. Sem contar seu único casamento, coisa rara entre os líderes clericais atualmente.
Apesar de receber muitas acusações, a maioria delas são sem fundamento. E estas falsas acusações muitas vezes maculam a impressão real daquilo que ele realmente é: um homem humilde, sincero, austero e possuidor de uma moral elevadíssima. Um dia, reconhecerão a importância de seus esforços e trabalhos, porque se a sabedoria é justificada pelos seus filhos (ou seja, obras) então, realmente, pastor Queiroz é um homem sábio.

UM MILAGRE EM SERVIR




Como disse em um artigo anterior, nossa comunidade cristã está em contagem regressiva para a gravação do DVD "Um Milagre em Você", da pastora Zena Queiroz. É um evento de labor mais do que um festejo. Mas, certamente, há de ser um divisor de águas em nossas vidas. Sobretudo para nossa pastora, que poderá, assim, divulgar uma parte de seu acervo inédito de canções espiritualmente inspiradas e inspiradoras.

Cremos que após este, outros trabalhos ainda mais laboriosos surgirão para a nossa comunidade cristã, os quais, com ajuda de Deus, faremos com carinho e dedicação. E um dos projetos que faço questão de auxiliar na execução é uma biografia da pastora Zena, uma história que merece ser contada. Por hora, neste pequeno e despretensioso espaço, cito uma situação que sintetiza o caráter de Zena e como o poder de Deus se aperfeiçoa nela.

Por volta do ano 2000, Zena fez parte de uma caravana gospel que se apresentou no teatro da praia de Botafogo. Com sua simpatia, Zena Queiroz cativou rapidamente o público e foi uma das mais aplaudidas da noite. Seu sorriso não só cativou a plateia, como a unção de Deus tocou os corações dos presentes. Seu nome foi gritado em coro e a aclamação foi geral. Também houve destaque em seu vestuário inovador e pomposo: um vestido preto com detalhes brilhantes - feito exclusivamente para ela por sua estilista particular, a saber, minha tia Aládina - e botas canos longos. Foi realmente uma glória.

E foi daquele mesmo jeito, com aquele mesmo carisma e com aquela mesma roupa, que Zena estaria horas mais tarde em sua casa no morro, quase chegando a madrugada daquela segunda-feira, à beira de um fogão fritando bifes para meu pai, meu irmão, um amigo nosso que lá estava e eu. Rapidamente, o cheiro da gordura misturou-se ao perfume que até então ela estava exalando, e de igual modo a fumaça da comida ofuscou o brilho de seu vestido. A pia e as paredes da cozinha, um ambiente inacabado, contrastava com suas botas canos longos, as quais ela não tirou, a fim de servir sua prole mais rapidamente.

Mas, nada disso tirou a alegria de Zena, que sempre teve consciência de que sua missão era servir, seja no teatro, seja na cozinha. E ainda constatou que o Espírito Santo nela habita quando está no palco ou quando está em casa. Zena pode - e merece - receber todos os elogios e honras que a humanidade puder tributar-lhe. Porque ela não deixa nada disso entrar em seu coração; antes, devolve tudo a quem de direito, a saber, o SENHOR JESUS!

QUANTO AO HOMOSSEXUALISMO


Não está completa minha pesquisa sobre a homossexualidade. Para publica-la, devo reunir o máximo de pareceres das diversas ciências pertinentes ao assunto, como Filosofia, Sociologia, História, Psicologia, Teologia e afins. Esta tarefa me foi interrompida devido à 45 dias de internação hospitalar e agora outras prioridades como a gravação do DVD "Um Milagre em Você" da minha amada mãe e pastora Zena Queiroz. Porém, não posso deixar de emitir minha opinião pessoal - e apenas "minha opinião" - acerca da tal "homofobia", palavra totalmente inovadora e que nos últimos tempos tem sido cada vez mais evocada.

Na verdade, quero manifestar-me acerca da posição da Igreja. Primeiro, gostaria de lamentar a atitude de certos "cristãos" que insistem em tentar fazer com que a Igreja assimile a atitude homossexual como comportamento natural do ser humano, evitando que ele seja visto como "pecado". Isto é uma afronta ao próprio cristianismo, que há mais de dois milênios manifesta-se contrário a esta aberração. Não há conciliação entre a religião cristã, que prega à sujeição ao Criador, com a prática homossexual, que estimula o sexo antinatural.

É igualmente repudiável o comportamento de certos ativistas gays, que colocaram a Igreja como sua inimiga número um. Alegam serem os cristãos fomentadores de preconceito, unicamente pelo fato de discordarmos de suas práticas e nos manifestarmos publicamente a esse respeito. Quer eles queiram ou não, a Bíblia é contra o homossexualismo, e este livro é a fonte de inspiração de todos os cristãos das mais variadas vertentes desde o nascimento de nossa religião. Não há como interpreta-la de outra maneira, pois desde o Gênesis ao Apocalipse há passagens referentes ao homossexualismo e em nenhuma delas ele é tido como virtude, e sim, como pecado. Consequentemente, a leitura e pregação da Bíblia levará naturalmente a uma postura anti-homossexualismo.

É desesperador o fato de que opiniões contrárias ao homossexualismo sejam consideradas "fanáticas", "retrógradas" e até "criminosas". Esta é a opinião do cristianismo e sempre será. E os praticantes do homossexualismo, bem como os ativistas gays, terão de conviver com nossa oposição, desde que respeitosa. Aliás, quem não convive com oposições num estado democrático de direito? Os próprios cristãos temos nossos opositores.

Neste mesmo pacote de reprovações, incluo a postura de certos cristãos que não sabem a diferença entre rechaçar a prática e agredir os praticantes. Já vi alguns tidos como cristãos zombarem de gays e até mesmo agredi-los verbalmente. Outros os acuam de tal forma, que até mesmo os que queiram libertar-se desta prática sentem-se pouco à vontade entre nós. Isso sem contar alguns de nosso povo que vão até às chamadas "paradas gay" com o pretexto de evangelizar, quando na verdade geram mais e mais conflitos. Mais execrável ainda são os parlamentares da tal "bancada evangélica" (que eu particularmente não acredito que exista) que insistem em posicionarem-se contra leis que concedam direitos aos homossexuais, como se isso fosse o fim da "tradicional família brasileira".

Os gays devem ter seu direito garantido a TODOS os benefícios de um cidadão comum, como dependência em planos de saúde, direito à adoção do sobrenome do "parceiro"(!?), à adoção de "filhos"(!?), à bens em herança e etc, justamente porque é isso que eles são: cidadãos brasileiros comuns e normais.

A prática do homossexualismo não lhes rouba a cidadania brasileira, conquanto os impeça de herdarem o Reino dos Céus, e é deste Reino que a Igreja tem que cuidar. Compete à Igreja ensinar aos cristãos o que a Bíblia diz sobre esta prática, bem como os castigos para seus praticantes. Mas não é de nossa alçada dificultar-lhes a vida civil, impedindo seus direitos de expressão, manifestação e bem estar social. Muito pelo contrário. A vida é difícil para todos os brasileiros e se a Igreja não for um alívio para a sociedade, não há razão também para ser um fardo.