domingo, 18 de maio de 2008

UM PROBLEMA GRAVÍSSIMO

Estamos vivendo dias trabalhosos no seio da Igreja contemporânea. E uma das maiores mazelas no campo cristão eclesiástico é justamente a falta de apoio aos trabalhos realizados. Não sei se vocês repararam, mas quase tudo o que é feito na Igreja, o é de maneira voluntária sem nenhuma remuneração por pessoas bem dispostas cuja única meta é agradar ao seu Deus.
Quase ninguém percebe a engrenagem que movimenta uma comunidade cristã. Mas, para que um culto de no mínimo duas horas ocorra, há toda uma equipe que trabalhou dando as condições físicas necessárias para a realização da mesmo. Um culto é feito de louvor e palavra. Mas para que sejam ministrados, a sonorização da Igreja tem de estar funcionando perfeitamente, o ambiente tem de estar limpo e organizado, os instrumentos afinados, os microfones nos lugares corretos, etc.
Por isso, a Igreja, como instituição, movimenta uma série de pessoas voluntárias e quase sempre anônimas. Há quem limpe o templo, há quem cuide da sonoplastia, há quem cuide dos banheiros, há quem faça recepção, há quem cuide dos cadastros dos membros e da agenda da Igreja, há quem cuide dos instrumentos... E todos os que zelam por este importante serviço não o fazem com pretensão alguma senão a de agradar a Deus e ao ministério da Igreja.
A Igreja, em contrapartida, tem tido uma postura muito fria em relação a essas equipes de pessoas. "Estão fazendo para Deus, não para mim" - dizem os ministros. Esta atitude provoca um desânimo muito grande nos serviçais. Enquanto os irmãos estão funcionando bem na engrenagem da Igreja, eles permanecem no anonimato. Porém, basta que por um dia eles não façam bem a função que lhes fora atribuída que logo o nome deles aparecerá na lista das reprimendas.
Jesus disse para Pedro, que iria futuramente tornar-se um ministro, para que ele "confirmasse os seus irmãos". E como se faz isso? Talvez um tapinha nas costas seguido de um sorriso fraterno e um abraço de irmão... talvez um "bom trabalho, meu irmão! Deus te abençoe! Continue assim!"... talvez até mesmo uma repreensão moderada, enfim... há várias formas de se confirmar um irmão. "Confirmar" aqui no sentido de fortalecer, edificar, corroborar, ajudar.
Espero em Deus que comecem a mudar as coisas. Eu sei que muitos elogios são evitados por temermos uma suposta inflação do ego do elogiado. Mas isto não procede. O elogio só serve para tornar externo a intenção interna do servo. Se o trabalho dele foi para Deus, esteja certo que ele usará o elogio como estímulo para trabalhar ainda com mais vigor e empenho. Se o trabalho dele for para exibicionismo, ele trocará o trabalho simples e eficiente por um trabalho pirotécnico sem valor prático, e consequentemente, ele deixará de ser digno de elogios.
Cristãos, pratiquem o elogio mútuo! Diga para seu companheiro de banco o quanto é bom cultuar ao lado dele. Diga para o pregador o quanto sua preleção o edifica. Diga para o levita o quanto seus louvores tocam seu coração. Diga para seu professor de E.B.D o quanto você tem aprendido com suas aulas...
Ministros, elogiem seus liderados! Diga para o público o quanto foi bom ministrar na vida deles. Diga para os ouvintes o quanto foi bom pregar para eles. Diga para os adoradores o quanto é bom adorar com eles. Diga para seus alunos o quanto você sente-se honrado em ensinar a Palavra para eles!
Se assim procedermos, teremos uma Igreja edificada, trabalhadeira, serva, santa e estimulada. E certamente, não teremos membros desanimados e murchos nos bancos de nossas igrejas. Dizem que o único exército que execra seus soldados feridos é o Exército de Deus. Isto não pode proceder, pois o Senhor dos Exércitos veio para resgatar e salvar o que se havia perdido. Ele, Jesus, não veio para tirar a vida dos homens, e sim curá-los. Ainda mais de seus valentes soldados!

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