terça-feira, 16 de setembro de 2008

CEDO DEMAIS PARA PENSAR NA MORTE?


Sem dúvida, a morte é a coisa mais certa desta vida. Ricos e pobres, crianças e adultos, homens e mulheres, todos, independentemente de etnia, credo, religião ou idade, passarão por esta tão misteriosa experiência. E, apesar da certeza da morte, a maior parte da sociedade “vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido” (Mahatma Gandhi). Há até quem prefira ignorar este assunto, julgando que falar acerca dele poderá trazer algum mau presságio!
O pior de tudo isso é que homens atrevidos ousaram fundamentar um emaranhado de idéias e conjecturas baseadas sabe Deus em quê! Jamais deveríamos discorrer sobre assuntos acerca dos quais não temos conhecimento suficiente. Entretanto, há vários homens tão mortais quanto você e eu que ousam “explicar” os mistérios profundos que cercam este assunto, a saber: a mortalidade. Há quem diga que após nossa morte, reencarnaremos em outra pessoa dando seguimento ao chamado “ciclo da vida”. Há quem diga que nossa alma ficará perambulando por catacumbas ou outros lugares sombrios. Há quem diga que iremos todos a um lugar chamado purgatório, de onde os bonzinhos irão para o céu, enquanto os perversos irão para o inferno. Há até mesmo quem afirme que depois da morte, simplesmente acaba-se completamente nossa existência, tal qual ocorre com as plantas ou os vermes.
Bem, se efetivamente reencarnamos, não há porque se preocupar com a morte, pois ela seria apenas um intervalo de tempo entre um nascimento e outro da mesma pessoa. Mas quem inventou esta teoria tem sua autoridade baseada em quê? Será que a um mero ser humano mortal tamanho segredo poderia ter sido revelado? E se ele estiver enganado acerca desta suposta doutrina? Se eu crer no céu ou no inferno e estiver enganado, o máximo que irá ocorrer é que irei reencarnar. Mas se eu acreditar na reencarnação e estiver enganado, aonde é que eu irei parar?
Sobre o céu para os bons e o inferno para os maus, a dificuldade continua! Porque qual dos seres humanos pode classificar seu semelhante em bom ou mau? Aquilo que é mal e indesejável para uns, pode ser a salvação de outros! Note que há países em que a poligamia é permitida e até estimulada, ao passo que em outros, tal prática chega a ser severamente punida. Uma vez que cada sociedade tem seu código de valores e, no entanto, o céu é o mesmo para todos, que critérios serão adotados para julgar quem entra nele ou quem é lançado aos infernos?
Quanto aos que dizem que nossa alma perambula por aí até que se acendam velas em nossa homenagem, compete a eles a explicação acerca do tempo, a razão e o modo pelo qual este suposto fenômeno ocorre. Também cabe-lhes explicar a origem desta teoria tão absurda! E não adianta virem com estórias de assombração, pois ainda que tenham funcionado na Idade Média, hoje, em pleno século XXI, elas não colam mais. Geralmente, os que defendem tal idéia baseiam-se em suas próprias supostas experiências para propagarem este tipo de pensamento. Alegam terem tido algum tipo de contato áudio visual com as chamadas "almas penadas".
Por fim, se a razão estiver com os que dizem que nossa vida limita-se ao tempo de nosso nascimento e se finda com a morte, sem que haja vida após a morte, devemos então tomar cuidado quando alguém que acreditar nesta crendice sair por aí atirando em todo mundo. Afinal, que mal fez ele? Apenas antecipou-se naquilo que fatalmente ocorreria mais cedo ou mais tarde. Porque então deveria ser honesto e regrado? Já que a morte chegará pondo um fim absoluto à minha existência, devo aproveitar a vida ao máximo, enchendo-me de prazeres de todas as ordens, ainda que outros se entristeçam com isso. Para que regras? A morte vai chegar mesmo e com ela, o meu fim definitivo. Quando eu estiver em estado de desgraça, posso até mesmo matar a mim mesmo. Afinal, só antecipei o que viria inevitavelmente. Já que minha vida não tem uma razão de ser e meu propósito é apenas aguardar a morte, a qual trará o fim completo da minha existência, então minha única preocupação é me dar o máximo de prazer possível enquanto ainda respiro.
Indubitavelmente, de todas as supostas soluções acerca da morte, esta última é a mais perigosa. E também a mais praticada! Já que “para um barco sem rumo, qualquer vento serve”, quem julga que sua vida é mera casualidade e apenas um intervalo de tempo entre o nascimento e a morte, tende a ter uma vida socialmente irresponsável. Quantos filhos têm dado desgosto a seus pais justamente por pensarem assim? Quantas famílias têm sido desfeitas por conta deste pensamento? Quantas barbaridades ocorrem por falta de consciência de uma vida após a morte? Adulteram, roubam, matam, fazem violência, cometem crimes, subornos e extorsões, envolvem-se com entorpecentes, tabagismo e alcoolismo, envolvem-se com uma série de imoralidades de todas as ordens e julgam que tudo isso passará despercebido. Não têm sentimento de culpa, simplesmente porque não têm ciência de que a vida continua, ainda que o corpo se acabe.
Há quem encomende suas próprias almas ao cuidado dos assim chamados “santos”. Santo Isso, Santa Aquilo, Nossa Isso, Nosso Aquilo e por aí vai. Sendo que todos estes que hoje são honrados com imagens de escultura, amuletos e até mesmo gravuras, sucumbiram ante o poder da morte. Até aquele que dizem possuir as chaves dos céus tem seu túmulo devidamente conservado lá na cidade de Roma. Oras! Os que não puderam conceder vida eterna às suas próprias almas, como darão aos outros? Aquele que estando vivo não conseguiu frustrar a mortalidade, como fará agora que jaz em um caixão?
Enfim, é bom meditar sobre este assunto com diligência, pois a forma como você encara a morte, determina seu padrão de vida. E ela chega sem aviso prévio e sem data marcada. Pense que você não nasceu por sua vontade e também morrerá quer você queira ou não. A vida que você tem não é sua. Você não a comprou nem a conquistou. Ela foi concedida! E Aquele que a deu, tem o direito de toma-la de volta. Não, não estou falando de seus pais. Até porque, não é a vontade de um casal que determina o nascimento de uma vida. Muitos tentam fazer filhos e não conseguem, enquanto outros chegam ao cúmulo de abortar porque o filho veio a ser gerado “indesejadamente”.
Não farei apologia à religião alguma, mas atesto que todas cujo fundador é um ser humano mortal como nós, não terá a resposta verdadeira que queremos encontrar. Até hoje, apenas JESUS CRISTO conseguiu a proeza de vencer a morte. Ele, sendo homem, passou pela experiência da morte. Ele, sendo Deus, ressuscitou, vencendo assim um inimigo que nenhum homem comum poderia ter vencido. O cristianismo não se baseia em conjecturas de homens que morreram, mas na verdade da Ressurreição de seu fundador. Das provas mais do que incontestáveis da Ressurreição de Jesus Cristo (dentre elas, o túmulo vazio e as mais de quinhentas testemunhas oculares que participaram de seus 40 dias quando Ele esteve aqui na Terra após a Ressurreição) a mais contundente é a presença do Espírito Santo de Deus entre os seguidores de Cristo, o que une mais de dois bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo afora, sem distinção de raça, gênero ou classe social, pois a igualdade da fé lança por terra todas as outras diferenças.
Julgo que a melhor coisa a ser feita é estudar os ensinamentos de Cristo, porque, ao contrário de todos os demais, Ele, Jesus, tem autoridade comprovada para falar do assunto. Quem diz que a morte é um mistério porque nunca ninguém voltou para contar, desconhece Jesus Cristo. Ele tem resposta para este enigma. E quem tem resposta para o maior dos dilemas, tem resposta para todas as outras questões.

ISMÁLIA

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar.

Alphonsus de Guimaraens